É unânime. A Regata Santos-Rio 2020 foi um marco na vela oceânica brasileira.
Com recorde de participantes, a 70ª edição levou para a disputa 68 barcos com bandeiras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Espírito Santo, além de São Paulo e Rio de Janeiro que predominaram com uma flotilha de peso nas classes ORC, IRC, BRA-RGS, MULTICASCO, MINI 6.50, BICO DE PROA e CLÁSSICOS. Promovido pelo ICS em parceria com o Iate Clube do Rio de Janeiro e apoio da Associação Brasileira de Veleiros de Oceano (ABVO), a edição especial de nº 70 ganhou proporção histórica.
RECEPÇÃO E HOMENAGEM
No tradicional jantar de boas-vindas, o clube renovou e transformou o hangar 2 da sede Guarujá em um espaço perfeito e muito bem arejado para uma confraternização que contou com a presença das principais autoridades militares da região, incluindo o Ministro de Minas e Energia do Brasil, Almirante de Esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, todos recebidos pessoalmente pelo Comodoro Bera Fanganiello, Vice-Comodoro Financeiro Jonas Penteado, a Vice-Comodora Jurídica Rosana Faro e os diretores, Mario Sergio Mello Ferreira, Mario Simonsen, Renato Alcântara e Sergio Chiarizzi.
Durante o evento, o Comodoro da ABVO, Mario Martinez fez a entrega das placas de homenagem aos barcos participantes da 70ª edição e que já venceram a Santos-Rio em anos anteriores (confira a lista, aqui), ao lado do Contra-Comodoro do Iate Clube do Rio de Janeiro José Roberto Braile e do nosso Vice-Comodoro Jonas Penteado.
No total, doze barcos foram homenageados que, na manhã seguinte, também ganharam destaque no desfile de abertura da regata realizado no Canal de Santos, fechado exclusivamente para o evento, onde durante uma hora foi tomado pelos veleiros e pelo público que assistiu o desfile ao som da Banda Regimental de Música do Comando de Policiamento do Interior Seis, do Píer dos Pescadores, em Santos.
A TRAVESSIA
Com início às 12h44 da sexta-feira, 23 de outubro, a 70ª regata Santos-Rio foi desafiadora e duramente competitiva com a presença da família Grael, Isabel Swan, Samuel Albrecht, Maurício Santa Cruz e outros gigantes da vela brasileira elevando o nível técnico da disputa. Dos 68 barcos que largaram, mais de 30 abandonaram a prova por avarias e/ou acidentes que deixaram 2 velejadores, de times diferentes, machucados.
Resultado da chegada do leste, acompanhando a flotilha nas primeiras 24 horas e trazendo mar “duro”, ondas de até três metros de altura e ventos que atingiram 38 nós, tornando a travessia de 180 milhas náuticas a mais a mais difícil da história da competição.
BARCOS ICS
Dois barcos participaram da disputa com a flâmula do ICS, o veleiro King, modelo Soto 40, que no comando de Fabio Adegas competiu pela ORC fechando a regata em oitavo lugar com o tempo corrigido de 39h59m18s; e o veleiro F&C 43 Don Alberto que, construído em 1974, participou da disputa pela categoria Clássicos, mas por causa de uma avaria no leme não concluiu o percurso.
PRÊMIO ESPECIAL
Nesta edição comemorativa, os vencedores da categoria Clássicos, Aventura e Aries III receberão – no próximo dia 30 de outubro – o troféu La Belle Classe, prêmio oferecido pelo ICS em referência a uma das mais antigas e charmosas regatas de veleiros clássicos do mundo, promovida e organizada pelo Yacht Club de Monaco que, em 2013, outorgou o Iate Clube de Santos como embaixador da competição, concedendo, assim, o direito do ICS realizar o evento no Brasil.
OS VENCEDORES
Digna de uma edição comemorativa, a regata foi banhada por grandes emoções: uma chuva de recordes tanto no número de barcos participantes quanto no grau de dificuldade da travessia.
Na disputa, o veleiro Ventaneiro 3, comandado por Renato Cunha, ficou em primeiro lugar na classe ORC. Já na IRC, o CBVela Rudá, comandado pelo medalhista olímpico Torben Grael, levou a medalha de ouro. Na RGS, o Pangea de Jorge Carneiro foi o vencedor da competição.
Nos Clássicos, o veleiro Aventura de 1957, comandado por Jorge Bastiani, ficou com o primeiro lugar e levou o troféu La Belle Classe para casa; na classe Mini 6.5, o Orama/Pinguim de Maurício Santa Cruz venceu a disputa. O Sorsa III de Celso Quintella foi, pela terceira vez consecutiva, o fita azul da Santos-Rio.